A residência médica é um dos primeiros passos que muitos estudantes de medicina tomam após a formatura. Aliás, é algo que já se fala muito ainda no curso e, durante a graduação, muitos já começam a tomar um rumo para a especialização participando de congressos na área, fazendo estágios, plantões, ou aplicando seus conhecimentos em projetos de pesquisa e assim por diante.
O aumento no número de faculdades de medicina no país é um dos motivos para que muitos médicos queiram se especializar. Em 1997 eram 85 escolas de medicina e em 2019, esse número mais do que triplicou, alcançando a marca de 305 cursos de graduação. Com isso, o mercado fica mais cheio com médicos generalistas e assim, as boas oportunidades tendem a ser menores.
Portanto, a especialização por meio da residência é um dos melhores caminhos que o estudante pode tomar após se formar. E, se você ainda está em dúvida sobre o assunto, então vamos esclarecê-lo aqui neste artigo.
Falaremos sobre qual o melhor momento para fazer uma residência, se é melhor fazer uma pós-graduação, como escolher uma boa residência e assim por diante. Confira o conteúdo!
Entender bem do que se trata uma residência médica é o primeiro passo. Trata-se de um tipo de pós-
graduação, porém, direcionada apenas para médicos. Assim, o aluno pode aprender prática e teoria com a supervisão dos especialistas na área em um ambiente bastante real.
Lembrando que a residência é remunerada, porém, muitas estão com um valor distante do que um médico generalista pode ganhar dando plantões. Mas pense, é fazer um pequeno sacrifício por pouco tempo, para ter uma vida com mais conforto e qualidade em um futuro próximo.
De forma alguma. Ninguém é obrigado a fazer uma residência apesar de a grande maioria dos médicos tomarem essa decisão. Alguns fazem por conta do mercado e da demanda, outros porque realmente desejam trabalhar em uma área específica.
Porém, há alguns médicos que não fazem residência e atuam sempre como médicos generalistas. Há uma oferta maior em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), hospitais e outros ambientes. Mas é preciso trabalhar bastante para alcançar a remuneração desejada o que, em muitos casos, não chega à de um médico especialista.
Sim, nada impede que você trabalhe como médico generalista enquanto faz residência. A maioria dos residentes acaba por pegar plantões em pronto-socorros ou unidades de terapia intensiva em hospitais públicos e privados. Em alguns casos, é possível trabalhar dentro da área em que você está se especializando, como dando plantões de Pediatria em UPAs, por exemplo.
Porém, pode ser uma jornada bastante difícil considerando que as residências exigem pelo menos 60 horas semanais, podendo passar disso em vários casos. Tentar conciliar a residência médica com os plantões pode se tornar cansativo. Mas, como muitos estudantes não têm outra alternativa, então o melhor a fazer é tentar se organizar o melhor possível, não se sobrecarregar, descansar sempre que possível e se alimentar de maneira saudável.
Aqui no Brasil, para ser considerado especialista, há duas formas: por meio da residência médica ou pela prova de títulos. Se você já vai fazer uma residência, não há a necessidade da prova de título. O que não é o caso, por exemplo, de quem realiza uma pós-graduação.
Você pode interromper a residência médica, mas apenas por motivos específicos, como os seguintes:
Em nenhum dos casos a bolsa continuará sendo paga. No caso de doença (se for mais de 15 dias de afastamento) ou licença maternidade, o residente receberá auxílio financeiro por meio do INSS, já que o mesmo contribui com o valor da bolsa.
Com certeza e essa é uma das coisas que geram mais dúvidas, pois pouco se comenta sobre o assunto. O residente tem direito a férias de 30 dias no ano e, de preferência, de forma ininterrupta. É interessante analisar as regras previstas em cada instituição e é importante que o aluno consiga entrar em acordo com os professores e com o hospital sobre o período das férias.
Alguns médicos se sentem intimidados quanto ao fato de fazer residência quando já não estão mais “tão jovens”. Como a maioria dos estudantes entra mais cedo na faculdade, a idade média de início da residência é de cerca de 25 anos. Para quem já tem mais de 30, a dúvida se vale a pena ou não, por conta do tempo, pode passar pela cabeça.
Mas a verdade é que não importa muito qual é a sua idade, o mais importante é direcionar os seus esforços para o que você tem vontade. Para não correr o risco de ficar muito tempo tentando a prova de residência, fazer um curso direcionado pode ajudar e muito a encurtar o caminho.
Há pouco tempo, a maioria dos médicos nem pensava em fazer pós-graduação no lugar de uma residência, mas esse cenário vem se modificando e é importante entender os prós e os contras de cada escolha.
Como vantagens, algumas pós-graduações contam com inscrições na metade e no final do ano, e geralmente o processo seletivo é menos concorrido do que o da prova de residência. Assim, você consegue se programar para quando vai começar e quando vai terminar. Essa escolha também permite o médico trabalhar mais como generalista e, assim, manter uma boa renda mensal.
Só que as desvantagens podem ser maiores no longo prazo. Primeiro porque para conseguir trabalho em uma boa instituição, quem tem residência é “melhor visto”. O nível de experiência prática de um residente é maior do que o de uma pós. Basta considerar que o residente passa, no mínimo, 60 horas em um hospital tendo vivência em diversos casos, enquanto uma pós costuma ser apenas 1 final de semana por mês e a maioria é teoria.
Assim, há muitas vantagens em fazer uma residência. Isso sem falar na prova de título que não é necessária ao residente, já que, quando acaba a residência, ele já sai com o título de especialista. O mesmo não acontece com quem faz pós, que precisa comprovar um tempo mínimo de atuação médica na área escolhida para estar apto a realizar a prova de título.
Outro ponto positivo da residência é que o aluno recebe uma bolsa e assim, pode se dedicar integralmente aos estudos. A pós deve ser paga e os valores costumam ser bem maiores se comparados a uma pós-graduação de outras formações. Algumas especializações podem ter uma mensalidade de R$ 3 mil.
Além das provas, teóricas e práticas, algumas residências também possuem outra etapa: a entrevista. São algumas perguntas para saber qual o seu interesse pela sua especialidade, instituição e experiências acadêmicas. Os recrutadores querem saber, por exemplo, o quanto você se dedicou a projetos extracurriculares durante a graduação, como estágios, projetos de pesquisa e outras coisas do tipo. É como um tipo de currículo que você precisa mostrar numa entrevista de emprego. No nosso e-book gratuito Como ter um currículo padrão-ouro de como preparar o currículo da melhor maneira para a entrevista com os futuros chefes do seu serviço.
Porém, mesmo que a entrevista tenha pontuações, não se engane: o mais importante é focar nas provas. Por isso, é essencial estudar bastante e da maneira correta.
Existem, de fato, algumas especialidades que são mais concorridas que outras, assim como os cursos do vestibular. Vamos falar quais são elas e um pouco de cada uma.
O especialista é responsável por cuidar de pacientes de 0 a 18 anos. É uma especialidade mais do que necessária em qualquer lugar do país e costuma ter bastante demanda. Você pode também investir em uma subespecialidade na área. É oferecida por todas as grandes instituições – USP, Unicamp, Unifesp, IAMSPE, SUS-SP e daí em diante.
Outra área da medicina essencial em qualquer lugar, especialmente em pequenos municípios onde não costumam ter especialistas. O médico deve acompanhar a paciente antes, durante e depois da gestação, além de cuidar da saúde integral da mulher.
Uma especialidade bastante necessária em diversas regiões e com o avanço da tecnologia, ela se tornou mais fácil de trabalhar e também mais necessária. Para grande parte dos diagnósticos clínicos, o exame de imagem é requisitado ajudando o médico na confirmação da doença e, principalmente, no tratamento e acompanhamento do paciente.
Um ponto importante para ser lembrado aqui é que, normalmente, os médicos da área costumam trabalhar em sociedade já que os aparelhos são bem caros. Por exemplo, um aparelho de ressonância magnética pode custar de R$ 1,5 milhão até R$ 3 milhões.
As pessoas em geral costumam focar no procedimento cirúrgico e, em grande parte das vezes, em um procedimento bem sucedido, o cirurgião leva a fama. Mas um bom anestesiologista é fundamental para a manutenção da vida do paciente durante o procedimento. São profissionais que trabalham de forma associada com outras especialidades e assim, dividem a remuneração e a responsabilidade.
Muitos estudantes são fascinados pela clínica médica, pois ela oferece um grande processo investigativo. Tem duração de 2 anos e com uma carga horária de 60 horas que é distribuída em atividades de emergência, acadêmicas, ambulatoriais e hospitalares. É também um pré-requisito para algumas subespecialidades clínicas, como cardiologia, gastroenterologia, endócrino, entre outras.
O especialista terá que lidar no dia a dia tanto com problemas de patologias crônicas como situações emergenciais, como politraumatizados, por exemplo. Esses profissionais costumam trabalhar em pronto-socorros, consultórios, ambulatórios e centros-cirúrgicos. Há também a possibilidade de se especializar em uma parte do corpo e atuar fazendo cirurgias apenas da mão, da coluna e assim por diante.
Com uma duração de 3 anos, essa é uma das áreas mais concorridas da medicina e também mais bem pagas. No Brasil, de acordo com o IBGE, há cerca de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual; definitivamente, demanda não falta e não faltará. É possível se associar com outros médicos para montar uma clínica ou ter um consultório próprio. Pode também trabalhar realizando exames para habilitação dentro de autoescolas e também para concursos públicos.
Também com duração de 3 anos, essa especialidade vem subindo a cada ano no quesito concorrência. Em algumas instituições, o primeiro ano é dividido com a Clínica Médica. Muito procurada por oferecer a possibilidade de uma prática diária mais tranquila, majoritariamente ambulatorial, e com a possibilidade de realização de pequenos procedimentos.
Essa especialidade é muito mais versátil do que muita gente pensa! Os “otorrinos” possuem forte campo de ação tanto na prática ambulatorial, quanto cirúrgica, além de uma ligação muito forte com a realização de exames de imagem e por vídeo. É uma área que a cada ano se beneficia mais dos incrementos tecnológicos dentro do campo cirúrgico.
A última da lista entre as especialidades mais concorridas não significando que seja menos concorrida que as outras. Também chamada de Clínica Cirúrgica, essa residência costuma ser uma das mais escolhidas, especialmente entre os homens. A residência tem duração de 3 anos e funciona como um pré-requisito para diversas subespecialidades na área.
Engana-se quem pensa que as especialidades mais concorridas são, logicamente, as que pagam mais. Em geral sim, mas existem outras que não entram na lista. As especialidades mais bem pagas são:
Lembrando que escolher a residência pela remuneração não é uma boa ideia, pois o crescimento de cada um como profissional é bastante relativo, especialmente com o marketing digital. Hoje existem diversas possibilidades de crescimento no mercado para qualquer um.
Outra dúvida bastante comum entre os estudantes. As principais e mais procuradas instituições costumam ficar nas capitais. É um lugar também para criar boas redes de contatos e é bem capaz de você permanecer na cidade e conseguir trabalho por lá depois de finalizar a residência.
É interessante também olhar para outras instituições que não são tão famosas assim, especialmente se você não gosta da vida corrida de uma capital.
A questão do tempo, principalmente se você pretende trabalhar durante a residência, precisa ser levado em consideração. Além disso, em uma cidade menor, o custo de vida também é menor e talvez você nem precise trabalhar para se manter já que a bolsa será capaz de oferecer recursos suficientes.
Leve em consideração outros fatores que são importantes para você como proximidade da família, se você é casado e tem filhos, entre outros. Lembrando que existe a opção dos hospitais escola, que costumam oferecer um suporte melhor na residência, mas isso não é uma regra.
É comum se sentir incomodado por escolher um local para fazer a residência que tenha nome no mercado, mas que está numa cidade na qual não se conhece ninguém. Não se sinta intimidado por este fator, pois, durante a residência, você conhecerá muitas pessoas, criará novos vínculos e fará network. É só dar tempo ao tempo.
Essa é uma dúvida bastante comum quando o aluno se forma em medicina. Muitos já sabem qual especialidade irão escolher, mas ficam com medo por não ter nenhuma prática. Por isso, se questionam se não é melhor trabalhar como generalista primeiro e assim, adquirir um pouco de experiência prática para só depois entrar na residência.
Se você já sabe em que deseja se especializar, não tem por que esperar. Além disso, se a sua formatura for no início do ano, você pode estudar para a residência ao mesmo tempo em que trabalha como plantonista. Assim, faz as duas coisas e não se sente tão despreparado para a residência.
Mas, se você não sabe ainda no que deseja se especializar, ter experiências antes é importante. É possível se deparar com diversos casos clínicos interessantes, especialmente em grandes hospitais, que podem fazer com que você finalmente tome a decisão.
Você já tomou a decisão de fazer a residência, já escolheu o local ou os locais em que deseja tentar. Agora é colocar a mão na massa e, para ajudá-lo nesse caminho, resolvemos colocar aqui algumas dicas interessantes.
Se você já sabe em qual instituição deseja fazer residência, então pode pesquisar pelas provas que já foram aplicadas. Assim, poderá estudar de acordo com o estilo dela; por exemplo, algumas provas podem ser discursivas, enquanto outras podem ser de múltipla escolha.
É essencial ter um cronograma de estudos, principalmente se você pensa em trabalhar e estudar para a residência. Organizar os horários é fundamental.
O primeiro passo para criar um bom cronograma é analisando as horas do seu dia em que está com alguma ocupação que não seja estudar. Por exemplo, se na quarta-feira você tem plantão das 7 às 19 horas, então esse não é um horário para o seu estudo, a não ser que você trabalhe em um setor que não tenha muito trabalho. Mas, ainda assim, não é um momento em que se pode garantir que o estudo pode acontecer.
Colocar no cronograma para começar às 19h também não vai dar certo. Se você trabalha em um hospital, às 19h (considerando que não haverá atrasos do próximo plantonista), você vai estar passando o plantão para o profissional. Aí, tem que ir para casa, tomar banho e comer algo. Só então, os seus estudos podem começar e se você mora em uma grande cidade, então tudo isso levará cerca de 12 horas e seu horário de estudar só começará às 21 horas. Seja realista!
Não se esqueça dos momentos de lazer e principalmente de dormir. Muitos estudantes têm a mania de sacrificar horas de sono para estudar e isso não é bom. Afinal de contas, é justamente durante o sono que as informações se consolidam.
Ter lazer também é essencial na vida de qualquer ser humano. Você pode sair um sábado à noite para comer uma pizza com os amigos, mas tudo sempre de maneira moderada. Evite bebidas alcoólicas durante o período de estudo.
Ter um local de estudos apropriado é muito importante para o aprendizado. Um ambiente arejado, limpo e, principalmente, organizado, pois o nosso cérebro se “estressa” com a bagunça e isso pode prejudicar os estudos.
Se você mora com outras pessoas na casa, pode ir para uma biblioteca, pagar por um espaço de estudo privado ou simplesmente deixar um aviso na porta do quarto informando que está estudando para não ser incomodado.
Assim como muitas pessoas precisaram de um cursinho para passar no vestibular de medicina, também existe a possibilidade de realizar um outro preparatório para passar na prova de residência. Isso vale especialmente se você pretende tentar uma das áreas mais concorridas.
O cursinho possui como premissa facilitar a sua vida. Ele te dá um direcionamento e exige a disciplina necessária para um estudo eficiente. Assim, o que foi dado na última aula precisa ser revisado e aprendido, sem falar nas questões para fazer sobre o assunto.
Para escolher um bom curso preparatório para residência médica é importante pedir a opinião de amigos, analisar o currículo dos professores, pensar no custo-benefício, no formato dos conteúdos e principalmente na tecnologia. Hoje em dia, os cursos online para residência são de grande ajuda e mais ainda para aqueles que moram em cidades pequenas que não possuem um curso presencial.
Além disso, é preciso ficar atento aos bloqueios mentais que podem te impedir de melhorar seu desempenho ao longo do ano, mesmo estando em um cursinho! Sugiro que você baixe o nosso e-book gratuito Os 15 bloqueios que te impedem de ser aprovado na residência para saber como enfrentá-los no seu dia a dia e ver seus estudos renderem.
Se você está procurando por um curso preparatório para residência médica que possa ser assistido de forma online, então nós aqui na Medway podemos oferecer o que você precisa.
Nós fundamos a Medway com o propósito de te entregar o que gostaríamos de ter ouvido na época em que prestamos a prova. Todos nós passamos recentemente pela residência médica nas melhores instituições do país, então sentimos na pele as dificuldades e sabemos os principais obstáculos desse momento que você deve estar passando.
Entendemos que não basta assistir às aulas ou pegar o livro para ler. É preciso direcionamento, planejamento, produtividade e o mindset necessário.
Além dos cursos online, também temos uma versão presencial, oferecemos ajuda para a prova prática e conseguimos mais de 25 primeiros lugares em instituições renomadas do Brasil como USP, Unicamp, Sírio-Libanês, Einstein, entre outros.
Se você está precisando de ajuda para passar na prova de residência médica, está no lugar certo. Entre em contato com a nossa equipe para que possamos te ajudar a fazer a melhor escolha e assim se tornar o mais novo residente no próximo ano!
Nascido em 1991, em Florianópolis, formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2015 e com Residência em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da FMUSP (HC-FMUSP) e Residência em Administração em Saúde no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Fanático por novos aprendizados, empreendedorismo e administração. @instagram