A Pneumonia Aguda Comunitária é (PAC) caracterizada pela infecção e inflamação dos pulmões adquirida fora do ambiente hospitalar, ou seja, na comunidade. É uma das causas mais comuns de internação e a principal causa não-hospitalar de septicemia/sepse grave na terapia intensiva. Mas você sabe como fazer o diagnóstico da Pneumonia Aguda Comunitária? E como ela se apresenta na prática?
Pois pode relaxar! Hoje vamos falar tudo que você precisa saber sobre o tema, do diagnóstico da PAC a todos os seus mais importantes aspectos radiológicos.
Agora bora lá?
Primeiramente, vale ressaltar que o diagnóstico de PAC envolve a identificação de sinais e sintomas, associado a alterações em exames complementares (como o radiografia de tórax e a tomografia computadorizada de tórax).
Na anamnese, temos relatos de febre, dispneia, tosse (geralmente com expectoração, mas tosse seca não exclui a suspeita diagnóstica), e dor torácica pleurítica.
E quanto ao exame físico? Aí vai desde alterações do estado geral, como desturação, taquipneia e fadiga, a alterações na ausculta, como estertores creptantes e redução do murmúrio vesicular. Alguns pacientes ainda apresentam a chamada “síndrome de consolidação pulmonar” (apesar de pouco comum), constituída por aumento do frêmito toracovocal, pectorilóquia fônica, sopro tubário, broncofonia e submacicez à percussão. Não se deixe enganar pelo estado geral do paciente — inicialmente, ele pode estar bem!
Ok, agora que você já identificou sinais e sintomas característicos, qual o próximo passo no diagnóstico da Pneumonia Aguda Comunitária? O exame que não pode faltar é a famosa radiografia de tórax PA e perfil. Não se esqueça que a radiografia não é capaz de identificar a etiologia, contudo, nos ajuda a encontrar complicações, como derrame pleural e atelectasias.
Mas não para por aí! Existem outros exames que podem nos ajudar em casos de dúvida diagnóstica, como a TC de tórax, indicada naquele paciente sem infiltrados na radiografia e com clínica sugestiva. Outro método é a ultrassonografia de tórax que pode ser feita a beira leito e identifica tanto infiltrados pulmonares, quanto suas complicações.
Você deve estar se perguntando: e quanto a bacterioscopia, cultura do escarro e hemocultura? Bom, em geral, solicitamos esses exames nos pacientes que serão internados ou em casos de resistência microbiana ao tratamento empírico inicial. E aqui fica o aviso: nada de esperar o resultado da cultura para iniciar a antibioticoterapia, hein!
Também vale a pena lembrar que existem os testes rápidos de detecção de antígenos virais, capazes de identificar os vírus influenza A e B e o teste do antígeno urinário que reconhece a Legionella pneumophila. Claro que por serem testes mais caros, nós solicitamos quando há suspeita da infecção ser por esses microrganismos. Aqui está a importância de avaliar o perfil epidemiológico do nosso doente: ficou internado nos últimos meses? Fez uso de antibióticos recentemente? Etilista? DPOC?
Agora que você já aprendeu os principais pontos do tema, quero ver se ficou alguma dúvida. Para isso, aqui vai um quiz:
Homem, 65 anos, com história de tosse com expectoração há 3 dias. Relata que apresentou febre não aferida, mal-estar e dispneia iniciados ontem. Em uso de losartana, sinvastatina e metformina. No exame físico, pressão arterial 138×85 mmHg, frequência respiratória 24 irpm, temperatura 39 graus, frequência cardíaca 85 bpm, SatO2 98% em ar ambiente. Nega internações recentes ou uso de antibióticos nos últimos meses. Nega tabagismo, etilismo. Ausculta pulmonar com estertores crepitantes finos em terço médio do pulmão direito. Restante do exame físico sem alterações.
Vamos às perguntas:
Pensa bem sobre as perguntas do quiz, e pode reler o texto quantas vezes for necessário pra garantir que vai acertar todas! Assim, você fica com a segurança de que sabe fazer o diagnóstico da Pneumonia Aguda Comunitária!
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Até mais!
* Colaborou Isabella Siste de Almeida Aoki, graduanda do 5º ano de Medicina na PUC-Campinas
Paulista, nascido em 89. Médico graduado pela Universidade de Santo Amaro (UNISA), formado em Clínica Médica pelo HCFMUSP, Cardiologia pelo InCor-FMUSP e Fellow em Aterosclerose pelo InCor-FMUSP. Trabalha em emergências desde o final de 2015, no Hospital Geral do Grajaú, onde participa da formação de médicos residentes.