Como é a residência em Medicina da Família e Comunidade na USP

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Se você acha que esse é seu futuro, vem com a gente para saber mais sobre a residência em Medicina da Família e Comunidade do Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo), o maior complexo hospitalar da América Latina.

A residência em Medicina da Família e Comunidade na USP tem duração de 2 anos e acesso direto. Hoje, essa especialidade abarca cerca de 13% do total das vagas de residência em instituições de todo o país.

O médico especialista em Medicina da família e Comunidade tem um papel social fundamental: atende, contínua e permanentemente, homens e mulheres de  todas as faixas etárias, de modo a atuar na prevenção, na cura e na reabilitação das pessoas. Falamos mais sobre isso no nosso artigo sobre a Estratégia de Saúde da Família (ESF) que publicamos aqui no blog.

Espírito de equipe – além de uma boa dose de empatia – são requeridos para esse profissional que atuará, efetivamente, na organização política e social de uma comunidade, por meio de desenvolvimento, planejamento, execução e avaliação de programas integrais de saúde, e também, com visitas domiciliares e atendimentos ambulatoriais, além da realização de pequenos procedimentos. 

E para você saber mais como é a residência em Medicina da Família e Comunidade na USP e ter mais segurança na hora de escolher a sua, conversamos com o Henrique, que é residente do segundo ano nessa especialidade.

Confira aqui as respostas dele para algumas das principais perguntas sobre como é estar na residência em Medicina da Família e Comunidade na FMUSP.

Alexandre: Para começar, conta um pouco pra gente onde vocês rodam ao longo da residência em Medicina da Família e Comunidade da USP.

Henrique: Os estágios maiores são: Clínica-HU; Ginecologia e Obstetrícia; Pediatria; Saúde Mental. Os estágios menores são: Dermatologia, ECG, Infectologia, Gestão e Pequenas Cirurgias.

Alexandre: Existem estágios eletivos na sua residência? É possível (e comum) fazer um estágio fora do país?

Henrique: Sim, há estágios eletivos em qualquer outra residência de MFC, bem como estágio internacional em países com atenção primária e estágio eletivo em cidades do interior do país, com em Santarém/PA, por exemplo.

Alexandre: De uma forma geral, sua residência respeita as 60 horas semanais? Qual é a carga máxima de plantão que você dá? Conta pra gente se existe algum período de descanso pré ou pós-plantão.

Henrique: Sim, a residência respeita as 60 horas semanais e os plantões são diurnos e sempre aos finais de semana. Eles são divididos em PS-HU, PS-Ped, PS-GO/HU. Para quem não quer dar plantão noturno essa é a residência certa.

Alexandre: Agora uma pergunta que sabemos que é mais pessoal: qual é o melhor estágio da residência em Medicina da Família e Comunidade da USP?

A residência em Medicina da Família e Comunidade na USP tem vários estágios realizados no HU
No HU (Hospital Universitário) da USP, acontecem vários estágios da residência em Medicina da Família e Comunidade

Henrique:O estágio de saúde mental, pois é lá que ocorre um verdadeiro aprofundamento na experiência de doença que o paciente traz, levando em consideração a segurança de medicações psiquiátricas que o estágio transmite.

Você sabe a hora certa de entrar com medicamentos que antes tinha receio. Levando em consideração o contexto próximo e ampliado do paciente, muitas vezes apenas a própria consulta encaixa como tratamento por meio da escuta ativa dos problemas que o afligem.

Aos poucos, a diferenciação de illness e disease se torna natural e a empatia ao sofrimento da pessoa, uma virtude adquirida.

Alexandre: Mais uma pergunta bastante pessoal: tem algum médico-assistente que você considere sensacional ou exemplo para sua formação?

Henrique: Sim, cada posto de saúde conta com um médico tutor da residência. Eu tive muita sorte de cair em uma unidade de saúde em que o tutor fez parte tanto da história da medicina família e comunidade da USP quanto da própria UBS. E, mesmo com muito pouco, a sua habilidade de gerenciar problemas de saúde e administrativos dentro de um sistema de saúde público complexo foi uma grande inspiração.

Alexandre: De 0 (nada) a 10 (demais), quanto você considera que a residência em Medicina da Família e Comunidade na USP foca em parte teórica? Aproveita e conta quais são as principais atividades teóricas que você tem.

Henrique: Nota 8. Temos aulas todas as quartas-feiras a partir das 17h30. Agora na pandemia, elas são online e discutimos casos clínicos ou artigos científicos. Existem ciclos de aulas às quartas à tarde e às quintas pela manhã, para introdução de temas que envolvem a atenção primária, o estudo de prontuário e a medicina centrada na pessoa. Mas o maior foco das aulas é no aperfeiçoamento das habilidades comunicativas.

Alexandre: Aproveitando o embalo: de 0 (nada) a 10 (demais), quanto sua residência foca em parte acadêmica?

Henrique: Nota 8.

Alexandre: Quais os pontos fortes da residência em Medicina da Família e Comunidade na USP? Dá uma aprofundada pra gente.

Henrique: Os pontos fortes são: boa base teórica e prática, já que a residência prepara muito bem para um especialista em consulta. 

Cada detalhe da consulta é discutido em determinados períodos da residência e de acordo com a evolução dos residentes (inclusive com gravação da consulta e discussão depois com os professores – PBI: Problem Based Interview). 

A residência abre os olhos para os pacientes que moram em situação de rua, que sofrem racismo, que são vítimas de violência sexual, população trans/LGBTQ+ e pessoas marginalizadas.

Último ponto forte é a habilidade de prevenção quaternária, em que diversos exames, medicações e cirurgias são solicitados por médicos com conflitos de interesse e não alteram desfechos para o problema dos pacientes (ex.: PSA) evitando overdiagnosis e overtreatment.

Alexandre: E tem algum ponto que você acha que poderia melhorar?

Henrique: Sim, a residência depende de várias unidades básicas de saúde com populações responsáveis diferentes e depende também da experiência do tutor para lidar com os problemas que surgirem.

Como as populações têm prevalências de doenças diferentes e têm recortes culturais variados, ocorre uma formação heterogênea e uma maior uniformidade se faz necessária.

Alexandre: A sua residência disponibiliza quais “comodidades” para os residentes?

Henrique: Sim. Há restaurantes nos principais hospitais – HU e ICHC – e também há a AMERUSP, que é responsável pela moradia dos residentes.

Alexandre: Você não é natural do estado de São Paulo, certo? Pretende voltar para o seu estado de origem depois de terminar a residência médica?

Henrique: Não sou natural do estado de São Paulo e não pretendo voltar para a minha cidade. No meu caso, também não conheço ninguém da minha residência que voltou.

E aí? Curtiu saber mais sobre residência em Medicina da Família e Comunidade na USP?

Esperamos que você tenha gostado de saber mais sobre essa residência, especialmente se você já sabe que quer fazer residência em Medicina da Família e Comunidade, mas ainda não decidiu a instituição.

E se esse é o seu caso, pode ficar tranquilo, pois vamos falar muito sobre esse assunto aqui no blog, trazendo a visão dos residentes de diversas especialidades nas principais instituições de São Paulo. Tem alguma específica que você quer saber mais? Pede aqui pra gente nos comentários!

E se você já está se preparando para a prova de residência médica, pode ficar de olho aqui no blog também. Já falamos tudo sobre como é a prova de residência médica da USP e, inclusive, separamos 20 questões de Preventiva que já caíram na prova teórica.

No canal da Medway no YouTube você ainda confere uma série de aulas sobre os temas que mais caem nas grandes áreas nas principais provas de residência médica de São Paulo. Aproveita e dá uma olhada nesse aqui que postamos recentemente sobre Hematologia, um dos temas que mais cai em Pediatria na prova de residência médica da USP:

E, claro, não deixe de conferir o nosso Guia Estatístico para saber sobre os principais temas das grandes áreas que caem na prova!

Alexandre Remor

Alexandre Remor

Nascido em 1991, em Florianópolis, formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2015 e com Residência em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da FMUSP (HC-FMUSP) e Residência em Administração em Saúde no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Fanático por novos aprendizados, empreendedorismo e administração. @instagram