Como é a residência em Cirurgia Geral na ISCMSP

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Se você estiver em busca de uma especialização que abre muitas outras portas de carreira na área médica, se tornar um residente de Cirurgia Geral pode ser uma ótima alternativa. Afinal, você terá contato com casos diversos e de várias complexidades e, depois, poderá escolher uma subespecialidade. Entre os programas de destaque, há a residência em Cirurgia Geral na ISCMSP.

Fachada da Santa Casa, onde quem passar na residência em Cirurgia Geral na ISCMSP vai estudar

Essa alternativa tem duração de três anos e acontece na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Só que antes de começar a se preparar para a prova, é preciso ter uma ideia de como será a sua rotina, não é? Para ajudar, conversamos com um residente do segundo ano (R2) da instituição, que contou tudo sobre o dia a dia da residência em Cirurgia Geral na ISCMSP.

Para não ter mais dúvidas, conheça o programa de residência em Cirurgia Geral na Santa Casa de São Paulo! 

João Vitor: Vou começar com uma pergunta que sei que é muito pessoal, mas é inevitável: para você, qual é o melhor estágio da residência em Cirurgia Geral na ISCMSP?

R2: O melhor estágio da residência em Cirurgia Geral na Santa Casa é o do pronto-socorro. É um estágio em que conseguimos um bom volume de cirurgias e procedimentos diariamente, atendemos bastante casos de trauma, discutimos em visita todos os casos, desde os mais aos menos complexos, com os preceptores e acompanhamos a evolução de todos os pacientes.

João Vitor: Tem algum médico assistente que você considere sensacional ou exemplo para sua formação? Por quê?

R2: Dr. Cesar Assef, pela sua paciência e preocupação com o aprendizado de alunos e residentes e o enorme conhecimento e desejo de compartilhá-lo.

João Vitor: Conta um pouco sobre onde vocês rodam ao longo de toda a residência em Cirurgia Geral na ISCMSP.

R2: Rodamos em todas as subespecialidades cirúrgicas (vascular, cirurgia torácica, cirurgia cardíaca, cirurgia pediátrica, cabeça e pescoço, urologia, cirurgia plástica, coloproctologia), emergência, UTI e nas áreas da cirurgia do aparelho digestivo (pâncreas e vias biliares, estômago, esôfago e fígado). Cada rodízio tem duração de um mês, e rodamos ainda em 2 hospitais secundários, onde realizamos cirurgias eletivas de menor complexidade.

João Vitor: Existem estágios eletivos na sua residência? É possível (e comum) fazer um estágio fora do país?

R2: Não existe estágio eletivo durante a residência em Cirurgia Geral na Santa Casa, e é pouco comum fazer estágio fora do país, exceto nas subespecialidades (R3+), onde essa prática é bastante comum.

João Vitor: Sua residência médica, de uma forma geral, respeita as 60 horas semanais? Conta pra gente qual é a carga máxima de plantão que você dá e se tem algum período de descanso pré ou pós-plantão.

R2: Não. Varia bastante conforme o rodízio, mas, em média, são de 80 a 90 horas semanais, podendo ultrapassar em alguns rodízios. A carga máxima é de 24 horas, em geral, de 2 a 3 por mês nos finais de semana e 4 noturnos de 12 horas durante a semana, em alguns rodízios. Geralmente, não temos descanso pré ou pós plantão.

João Vitor: De 0 (nada) a 10 (demais), quanto a residência em Cirurgia Geral na ISCMSP foca em parte teórica? Quais são as principais atividades teóricas que você tem?

R2: 9. Cada área cirúrgica tem uma rotina diferente, mas, em média, cada uma delas possui uma reunião semanal para discussão de casos e artigos da área. Temos, ainda, reuniões entre as especialidades cirúrgicas do hospital, semanalmente, onde são apresentados casos e artigos e onde se reúnem os preceptores de todas as áreas cirúrgicas.

João Vitor: Aproveitando o embalo: de 0 (nada) a 10 (demais), o quanto sua residência foca em parte acadêmica?

R2: 9.

João Vitor: Quais são os pontos fortes da residência em Cirurgia Geral na ISCMSP?

R2: Por ser uma escola, há bastante foco na parte teórica, com discussões acadêmicas e publicações. Esse é um ponto forte da residência em Cirurgia Geral na Santa Casa, mas creio que o ponto mais forte é o volume de pacientes e de cirurgias (eletivas e emergências). Conseguimos operar muitas eletivas de baixa e média complexidade (hernioplastias abertas e colecistectomia VLP) em hospitais secundários e vivenciamos cirurgias de alta complexidade por patologias malignas e benignas, com participação ativa. Pegamos, também, bastante mão de trauma por sermos serviço de referência e porta aberta.

João Vitor: E tem algum ponto que você acha que poderia melhorar?

R2: As acomodações para os residentes poderiam ser melhores.

João Vitor: Acha que dá para conciliar a residência médica com plantões externos? A maioria faz isso?

R2: No R1, é praticamente impossível, a maioria usa o tempo livre para descansar. No R2, já dá para conciliar com plantões externos na maioria dos rodízios.

João Vitor: Quais “comodidades” a sua residência disponibiliza?

R2: Esse talvez seja o ponto a se melhorar. Não há muita comodidade para o residente. A alimentação é oferecida no refeitório do hospital, mas apenas uma minoria dos residentes come lá. Não há moradia à disposição.

João Vitor: No seu caso, que não é de São Paulo, você pretende voltar ao estado de origem? Conhece quem já tenha voltado? Acha que é possível se inserir bem?

R2: Não pretendo voltar. Não conheço ninguém que voltou, mas acho difícil se inserir em um mercado em um estado diferente da sua formação, seja ela qual for.

João Vitor: E pra finalizar, tem mais alguma coisa que você queira falar sobre a sua residência que a gente não perguntou?

R2: A localização do hospital central é boa, sendo possível encontrar aluguéis baratos para os padrões de São Paulo. Pessoas vindas de outros estados são bem recebidas e o clima entre os residentes é bastante harmônico e agradável, onde todos se ajudam.

Gostou de saber mais sobre como é fazer residência médica na ISCMSP?

A residência em Cirurgia Geral na Santa Casa de São Paulo se destaca por ser uma instituição de referência e que recebe centenas de casos por dia. Com isso, os residentes têm a chance de ganhar muita experiência, que será extremamente útil ao longo da carreira.

A residência em Cirurgia Geral na ISCMSP traz muitas possibilidades para quem deseja ter máxima capacitação e muita experiência. Assim, você poderá se consolidar no mercado com maiores chances de sucesso.

Vale lembrar que, se seu objetivo for atuar em alguma subespecialidade cirúrgica, como Cirurgia Pediátrica, Cirurgia Torácica, Cirurgia Plástica, entre outras, você também pode optar por fazer a residência em Área Cirúrgica Básica, com duração de dois anos. Nesse caso, você não vai obter o título de especialista ao fim da residência, mas vai poder fazer residência nas subespecialidades cirúrgicas que têm como pré-requisito dois anos de Cirurgia!

Se você ainda quiser conhecer outras alternativas, basta conferir nossa série de entrevistas com residentes de diferentes programas de residência médica em São Paulo. Já contamos tudo sobre como é a residência médica em Cirurgia Geral na USP e na Unifesp. Se tiver um programa sobre o qual ainda não falamos e você queira conhecer, deixe o seu comentário. Também aproveita pra dar uma olhada nas instituições mais buscadas para fazer residência em Cirurgia Geral em SP! Aliás, para saber quanto ganha um cirurgião geral e qual o salário das subespecialidades cirúrgicas, confira este artigo

Mas se já sabe que é na residência em Cirurgia Geral na ISCMSP que você quer entrar, é essencial começar a se preparar para essa prova. No nosso Guia Estatístico contamos tudo sobre os seis focos que mais caíram em cada grande área na prova de residência da Santa Casa nos últimos cinco anos!

Aqui no blog, nós também já contamos tudo sobre como é a prova prática da ISCMSP – inclusive, é bom se preparar, pois a prova prática da Santa Casa tem fama de ser diferente de outras bancas que focam no atendimento completo com a realização de anamnese e exame físico completos.

Nossa sugestão é o nosso Minicurso de Prova Prática, que é gratuito e tá cheio de dicas para você brilhar na segunda fase – seja da Santa Casa ou de qualquer instituição!

João Vitor

João Vitor

Capixaba, nascido em 90. Graduado pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e com formação em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP) e Administração em Saúde pelo Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Apaixonado por aprender e ensinar.