A Residência em Clínica Médica na Unifesp está entre as mais buscadas pelos médicos recém-formados porque é uma especialidade tanto de acesso direto, ou seja, é necessário apenas que o candidato tenha concluído a graduação em Medicina para ingressar, como também é pré-requisito para outras especializações, como, por exemplo, Oncologia e Cardiologia.
A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) é uma das instituições mais tradicionais do estado e a EPM (Escola Paulista de Medicina) tem corpo docente altamente comprometido e qualificado com o ensino formal das disciplinas oferecidas. A Unifesp possui, também, seu próprio hospital universitário – o Hospital São Paulo – reconhecido como o maior hospital universitário do país, no qual os residentes ganham vivência prática e podem realizar os mais variados procedimentos de baixa e de alta complexidade.
No nosso blog, já contamos tudo – tudo mesmo e “papo reto” – sobre como é a prova de residência Médica da Unifesp! A gente também separou 20 questões de Cirurgia que já caíram na prova teórica da Unifesp – todas comentadas! Você também deve saber que a segunda fase da Unifesp tem uma prova multimídia, certo? Então inscreva-se já no nosso Minicurso de Prova Multimídia, que é gratuito, e veja como transformar essa etapa da prova no seu diferencial!
A Clínica Geral é considerada uma área base da Medicina e a residência em Clínica Médica na Unifesp tem 2 anos de duração. É um equívoco comum aos leigos crer que após os 6 anos de faculdade, o médico torna-se, automaticamente, um clínico geral – é imprescindível cursar essa especialidade para que ele se torne um. Seu campo de atuação é extremamente amplo e envolve a atenção à saúde dos indivíduos, a realização de diagnósticos primários e, ainda, o encaminhamento de pacientes a outros especialistas quando necessário.
E se você quer saber um pouco mais de como é a rotina diária de quem faz residência em Clínica Médica na Unifesp, confira as respostas que a Rebeca e o Mateus – ambos residentes do segundo ano dessa especialidade – deram pra gente nessa entrevista!
Mateus: O primeiro ano é mais hospitalar: Enfermaria de Cuidados Paliativos, Enfermaria e Ambulatórios da Infectologia, Enfermaria de Clínica Médica Feminina, Pronto-Socorro (só fichas amarelas, laranjas e vermelhas; há um médico contratado para atender as fichas azuis e verdes 24/7), Clínica Médica Masculina, Interconsulta e UTI Nefro, Enfermaria e PS de Cardiologia, Internação PS (chamamos de Meio), Enfermaria e Ambulatórios da Gastro, UTI- PS (era uma semi e uma UTI, agora viraram duas UTIs, total de uns 15 leitos somando as duas), UTI e Ambulatório Geral Pneumo.
No segundo ano, que é mais ambulatorial, rodamos em: Enfermarias de Clínica Médica Masculina e Feminina, Ambulatórios Específicos da Pneumo, UTI PS, Centro de Controle de infecções Hospitalares, Ambulatório e Enfermaria de Reumatologia, Eletivo, Cardiologia + Geriatria, UTI-CM (UTI pequena tocada pelos R2s, sem R1s), Nefro + Onco, Endócrino (ambulatório) e Pronto-Socorro.
Rebeca: Sim, são possíveis estágios fora do país, basta você ser aceito.
Mateus: Sim, existem estágios eletivos. Tanto os estágios do R1 quanto do R2 da residência em Clínica Médica na Unifesp duram 28 dias. No R1, o único mês fora do Hospital São Paulo são as férias. No R2, há as férias e o eletivo (ficam bem simétricos no rodízio), sendo que o residente pode trocá-los ou fazer 14 dias de eletivo e 14 dias de férias em cada.
Rebeca: Fazemos vários estágios. Vou falar um pouquinho de alguns:
O estágio em Neurologia: no hospital temos um Pronto-Socorro porta aberta. Então, atendemos tanto fichas azuis quanto fichas vermelhas. Os residentes da Neuro são bastante solícitos e presentes. Aprendemos muito e ganhamos segurança.
Unidade Mista: é a unidade de cuidados paliativos. É um diferencial. Paliação é um tabu em muitos lugares e lá aprendemos a prescrever e indicar paliação, conversar com os familiares. Muitas vezes acontece extubação paliativa. É muito aprendizado!
Pronto Socorro: a clínica tem um PS porta aberta – chega TUDO! Pegamos muita mão de procedimento, diagnósticos, exame físico, história clínica. Pegamos o paciente do zero e fazemos tudo por ele. Isso é bom não só pelo conhecimento, mas também porque nos tornamos humanos melhores.
Mateus: O primeiro ano da residência em Clínica Médica na UNIFESP é mais hospitalar e o segundo, mais ambulatorial.
Do primeiro ano, destacaria o bloco da Neurologia, no qual atuamos no PS da Neuro. Nesse bloco, aprendemos bem o exame físico-neurológico, aprendemos a elaborar hipóteses diagnósticas sindrômicas, topográficas e etiológicas e a identificar os quadros mais frequentes em Neurologia. Também gostaria de citar o bloco da UTI do PS, em que o residente fica imerso no ambiente da intensiva e passa a ficar mais tranquilo com procedimentos e com a rotina da UTI.
No segundo ano, eu destacaria o bloco de Reumatologia, que é ambulatorial e em enfermaria. É um bloco excelente, no qual conseguimos tornar reais as complexas doenças da Reumato pelo contato com os pacientes. Também desenvolvemos nosso conhecimento sobre as terapias imunossupressoras disponíveis.
Mateus: O Dr. Edgard Torres, chefe da enfermaria de Reumatologia. Temos contato com diversos médicos que detêm muito conhecimento, mas um médico que sabe muito, trata bem seus pacientes e alunos é raro. Dr. Edgard é assim: sabe muito, é didático, humilde e ético.
Rebeca e Mateus: Em geral, não. Pode chegar a 80h/semanais.
Rebeca: Não existe carga horária máxima. Mas temos pós-plantão: após um plantão noturno temos o dia posterior inteiro livre.
Mateus: No R1, não se respeita de forma alguma as 60 horas semanais. Nós trabalhamos em média 6 dias por semana e é comum sairmos uma ou duas horas após o término do nosso plantão. Diria que a média de trabalho do R1 seria umas 75 horas semanais. Já no R2, fica mais tranquilo, temos mais finais de semana livres e menos plantões longitudinais no Pronto-Socorro. A carga do R2 é em média de 60 horas semanais.
Sempre temos pós-plantão de 24 horas na residência de Clínica Médica na Unifesp (nas subespecialidades da Clínica, não). Então, em teoria, o máximo de horas que alguém vai trabalhar em seguida são 24 (26 caso a pessoa fique presa, ou entre em um procedimento perto do fim do plantão). Não existe pré-plantão. O que cansa não é o plantão em si, mas a lógica de não se passar procedimentos para o plantonista da noite. Então, em um bloco no PS ou em uma UTI, não é raro o residente ir embora mesmo umas 20:30 e ter que voltar no dia seguinte às 7:00.
Rebeca: Minha nota é 8 – temos aulas presenciais, artigos e provas.
Mateus: Dou nota 7. Com a COVID-19, as coisas estão um pouco atípicas, mas temos toda quarta à noite um Journal Club, mais uma aula semanal virtual com os preceptores ou algum convidado. Em cada bloco que rodamos é comum haver aulas também.
Rebeca: Nota 6.
Mateus: Nota 5. Vou explicar melhor: é um serviço em que se publica muito, muito acadêmico, mas o residente de CM não tem tempo nem é estimulado a fazê-lo. Contudo, atividades como Journal Club têm trabalhado em nós a capacidade de ler criticamente artigos, o que provavelmente nos auxiliará nos artigos que formos escrever.
Toda segunda e sexta-feira publicamos vídeos novos no canal da Medway no YouTube sobre os temas que mais caem nas principais provas de residência médica de São Paulo. Dá só uma olhada nesse vídeo aqui que fizemos sobre como Cirurgia Vascular cai na prova de residência médica da Unifesp:
Agora voltando para o nosso bate-papo…
Rebeca: O ponto alto da residência é a prática. Atendemos muito, vemos muitos casos, nossos R+ são muito disponíveis para discussões. É um ambiente muito rico em aprendizado. Outro ponto positivo: nunca estamos sozinhos. Sempre tem um R+ disponível, um chefe, então, isso traz muita segurança: se der ruim, tem sempre quem pode salvar.
Mateus: Creio que os pontos fortes da residência em Clínica Médica na Unifesp sejam as discussões, temos muitos pacientes graves e com doenças raras e sempre tem alguém bom com quem você pode discutir ou para quem pode pedir ajuda, tem bastante procedimento, base teórica boa também, discussões muito boas, clima bom entre os residentes e chefes de forma geral.
Rebeca: Na minha opinião, a carga horária.
Mateus: Um problema importante são chefes concursados que estão desatualizados ou não presentes.
Rebeca: A maioria dá plantão fora. Dá para conciliar sim. O R1 é bem cansativo, então não costumava dar plantão fora. Mas em muitos estágios dá para conciliar. O R2 não tem tantos plantões de final de semana e feriado, então dá para pegar muito plantão se quiser.
Mateus: No R1, como regra, não dá, apenas em alguns blocos mais tranquilos, e só quinzenalmente. No R2, dá para pegar um plantão de final de semana fora sem problemas.
Rebeca: Há um refeitório no hospital e a opção de moradia. E, como as pessoas não procuram muito, quem tenta, em geral consegue
Mateus: Existe a moradia do residente, mas parece que o espaço deixa um pouco a desejar. No entanto, é bem em frente ao hospital. Há também o restaurante do hospital, com refeições gratuitas – dizem que tem café da manhã, mas eu nunca usei – todos os dias, com salada, arroz, feijão, proteínas, às vezes macarrão, vegetais e sobremesas – fruta ou gelatina -, além de refresco em pó. Eu gosto de lá.
Existe a AMEREPAM, um espaço em que o residente paga uma mensalidade de uns R$ 70,00 por mês e funciona das 7:00 às 19:00 em dias úteis, tem local para dormir, tem jornal, tem videogame, além de bolachas, frutas e café.
Rebeca: Bem, eu não sou de São Paulo e não pretendo voltar para a minha cidade. Mas a maioria das pessoas querem voltar para casa e conseguem se inserir no mercado.
Acredito que o nome da instituição e o preparo que temos geram uma confiança grande e facilita a inserção no mercado de trabalho.
A residência em Clínica Médica na Unifesp é exigente e exige um alto nível de pensamento crítico do residente para a resolução de problemas, sintomas e na interpretação de sinais para que haja rapidez na conduta e no manejo.
E aí? Curtiu? Já está pronto para a prova de residência médica da Unifesp? Saiba que ainda dá tempo de se preparar e realizar seu sonho, e estamos aqui para te ajudar!
E se você ainda não tem certeza de que a Unifesp é melhor instituição para fazer sua residência em Clínica Médica, fique atento aqui no nosso blog, pois vamos postar vários conteúdos específicos sobre como é fazer residência em Clínica Médica em cada uma das principais instituições de São Paulo. Aproveita e dá uma olhada aqui no nosso artigo sobre como é fazer residência em Clínica Médica na USP.
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Carioca da gema, nasceu em 93 e formou-se Pediatra pela UFRJ em 2019. No mesmo ano, prestou novo concurso de Residência Médica e foi aprovada em Neurologia no HCFMUSP, porém, não ingressou. Acredita firmemente que a vida não tem só um caminho certo e, por isso, desde então trabalha com suas duas grandes paixões: o ensino e a medicina.